CARTA ABERTA À POPULAÇÃO

 

A ABDA – Associação Brasileira do Déficit de Atenção, associação sem fins lucrativos, que representa a voz das pessoas com TDAH no Brasil, vem, publicamente, manifestar o seu apoio à proposta do Ministério da Saúde que trata das mudanças na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).

Essas mudanças promissoras, vem ao encontro das reivindicações das pessoas com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade e seus familiares que vivenciam, há décadas, cotidianamente, a sofrida realidade de total desassistência no atendimento público à saúde mental.

No caso específico do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, a ABDA faz parte de uma rede nacional de pessoas com Déficit de Atenção, há muito negligenciada pelas autoridades da saúde pública pois, apesar do impacto negativo que o Transtorno acarreta na vida dos pacientes, suas reivindicações são desqualificadas e rejeitadas sob a alegação de que o TDAH – diferentemente do que preconiza a Organização Mundial de Saúde, OMS – não necessitaria de atendimento especializado nas redes públicas de saúde mental em nosso país.

Estudos científicos apontam para o fato de que o TDAH, em pelo menos 70% dos casos, se apresenta associado a alguma relevante comorbidade psiquiátrica, tendo uma prevalência, significativa, de 6 a 7% da população. Mesmo assim, o cenário das políticas públicas para pessoas com TDAH, ainda vem sendo severamente marcado pelo preconceito, estigma e exclusão.

A Associação Brasileira do Déficit de Atenção, entende que as mudanças ora propostas pelo Ministério da Saúde representam a retomada dos direitos perdidos pelos pacientes psiquiátricos no nosso país ao longo do tempo e proporcionam a definição de rumos mais humanitários e cientificamente comprovados para saúde mental no Brasil.

Necessário se faz que a construção de políticas públicas para a área de saúde mental sejam, de uma vez por todas, baseadas nas evidências científicas disponíveis e, não somente em ideologias, sem fundamentação, que transforma vidas num verdadeiro calvário de sofrimentos.

 

Iane Kestelman
Presidente da Associação Brasileira do Déficit de Atenção

 

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