Olá, meu nome é Cacy e sou mãe da Julia.<br /> A Julia é portadora TDAH, e antes de descobrirmos isso, era muito difícil entender o seu comportamento e sua falta de integração. Era alvo de gozação dos colegas por ser muito impulsiva, tinha dificuldade na aprendizagem por ser distraída e, além de tudo isso, era muito sensível. As escolas sempre nos chamavam para apontar as suas dificuldades e indicar acompanhamentos individualizados, e nós vivíamos as voltas com isso. Foi quando uma professora particular nos disse que ela poderia ter TDAH, e que seria interessante procurar um psicologo e, sem esperar mais, seguimos esta orientação. Após os testes necessários, o diagnóstico veio positivo.<br /> Será que as escolas, diante a tantas dificuldades da minha filha, não poderiam já ter levantado esta suspeita? Afinal de contas, eles lidam com isso diariamente e iriam evitar muito sofrimento.<br /> A Julia sentiu o dissabor de ser rejeitada pelas outras crianças, para depois, passar por um bullying violento. Segundo a psicologa que começou a acompanhar o caso, disse que todos estes problemas estavam ligados ao TDAH, então, ela começou não só a trabalhar a parte de aprendizagem, como a comportamental, e a melhora foi significativa. <br /> Atualmente a Julia lida com as suas dificuldades de maneira tranquila, pois sabe quais são os seus pontos fracos. Porém, tem uma timidez maior que o normal, precisando sempre participar do programa de inclusão nas escolas.Mas nem sempre as coisas correm bem, pois as escolas ainda não sabem lidar com estas situações, pois algumas,quando sabem do histórico da minha filha, não são muito receptivas. Ou alegam não ter programa específico para qualquer tipo de transtorno, ou dizem que as vagas são limitadas e já estão todas ocupadas. Podemos chamar este tipo de comportamento de descriminatório?! <br /> Hoje, quando vou fazer a matrícula da Julia, entro pelas vias normais e, depois de estar tudo certo, apresento o diagnóstico de TDAH, não dando opções para eles, a não se de atende-la corretamente. Terrível, não é?<br /> Neste momento, talvez tenha que me mudar de cidade outra vez, e como lidar com esta situação? Se começo a fazer muitas perguntas, como: Se existe um programa de TDAH? Se existe um SOE que dá todo o apoio necessário? Se existe um programa de inclusão?… As escolas começam a se encolher, principalmente, se percebem que estou bem informada sobre o assunto. Já tive reunião com diretoras que não sabiam nem a metade do que eu sabia, me deixando completamente assustada! <br /> Infelizmente, ainda estamos engatinhando nesta questão do TDAH, é desta forma que sinto tudo isso.<br /> Com estes jovens rotulados e descriminados, será mesmo que os profissionais da área de educação estão levando a sério a atual proposta pedagógica: Educação para todos?!! <br /> Respeito, apoio, informação e parceria com os pais é o que espero por parte das instituições educacionais, pois lidar com crianças sem nenhuma dificuldade é muito fácil, mas a função de professor só se faz aparecer diante dos obstáculos.