Tenho 43 anos e um filho de 15 anos, sou professora de SRM e sempre fui diferente dos outros, nunca tive amigos e pra ter um minímo de atenção dos outros deixava eles se aproveitarem de mim. Sofria, me senti uma ET, ficava imaginando que tinha vindo de um planeta distante e tinham me abandonado ali, com aquela família estranha, que não me amava, entendia, etc… Hoje, graças ao meu filho sei que não sou uma ET, sou uma pessoa com TDAH. Tive meu filho com 28 anos e ele sempre foi um bebê diferente, não tinha sossego pra nada. Largou o peito aos 5 meses, nunca permitiu interação com ninguém, mesmo comigo à mãe, era independente e dominador. Quando foi pra escola é que ficou evidente essa diferença, chorava, não gostava da escola, não prestava atenção em nada, tirava à roupa, queria mandar em todos, se achava o tal, era bom de papo, mas falava tudo errado, não fazia nenhuma atividades escolar, não participava de nada, mas não era tímido, pois, em casa sempre trabalhamos com diálogo aberto, nada era proibido, só tratavamos de organizar conforme a sua idade as informações e ele perguntava de tudo e o porque de tudo. Com o avançar de série ele foi ficando em evidência como o preguiçoso, intrometido, sabidão, fedidinho, boca de esgoto e etc… Ele teve problemas de halitose e sudorese fortíssima em consequência do preconceito. Até hoje, mudando de escola sempre e buscando alguém que nos ajude, estamos. Quando ele fez 10 anos nossa relação estava péssima, eu no meu 5 casamento e ele na sua 4 escola. Emprego!? Não parava e os motivos para ser demitida era as mais esfarrapadas desculpas. Até que buscamos orientação psicológica e entre um não e outro eu em minha teimosia não aceitava os prognósticos de superproteção, birra, centros das vontades …Eu era, SOU um pouco ainda, muito teimosa, persistente e não desisti de meu filho e encontrei no Estado vizinho Rondônia à ajuda de uma Neuropsicóloga, veio o diagnóstico, TDAH e comorbidades, fizemos acompanhamento durante um ano fazendo viagens quinzenais e paramos (problemas financeiros). Com isso eu tive uma depressão fortíssima, no decorrer de 2 anos sofrendo com uma dor diferente na cabeça fui encaminhada ao psiquiatra e pelo diagnóstico de meu filho, levou ao meu. Hoje nós dois tomamos medicação para TDAH, ele somente no horário da escola e eu tomo 30 mg ao dia (7h e 14h) por causa da faculdade. Eu e meu filho somos (perdoem a audácia) extremamente inteligentes, mas temos dificuldades de atenção, organização, papas na língua rsrs, impulsividade, ansiedade (hje bem controlada), e eu sou extremamente hiperativa mesmo com a medicação (tomo também para a depressão) e temtamos viver o melhor ki podemos e tentamos nos encaixar, mas a sociedade e a escola é cruel e nossa luta é dificil. Tenho um imenso desejo como mãe e educadora: \” Que todos, não importa suas diferenças ou necessidades, tenham igualdade de condições de educação, trabalho e saúde, pois, todos nós somos filhos de Deus e temos algo á contribuir, basta aceitarem às diferenças dando igualdade de direitos e respeitando uns aos outros. E quero meu filho acreditando na escola e lá que ele DEVERIA aprender, além de casa, com seus pais.\”