Sou mãe de um menino de 11 anos portador de tdah. Na gestação eu já sentia que se mexia além da conta… Seu pai tem todas as características de tdah mas nunca aceitou. Nos separamos por conta de uma série de comportamentos ligados ao tdah. A agitação do meu filho era atribuida por mim, psicóloga, como uma fase difícil por causa da separação. Aos 3 anos a psicóloga escolar o avaliou rapidamente e encaminhou para fono. Poderia haver alguma perda auditiva, já que não obedecia e fala muito alto. Procurei a policlínica da APAE aqui de São Caetano e iniciamos uma avaliação fonoaudiológica. Ele fez audiometria e deu normal. Passou com a neurologista que suspeitou de tdah, mas como tinha acabado de fazer 4 anos ainda não tinha um dignóstico \”fechado\”. A fono ainda solicitou um processamento auditivo. Fizemos e deu normal. Aí ele foi encaminhado para psicóloga. Feito o processo de psicodiagnóstico, foi consenso que ele tinha tendência para o tdah, que seria confirmado aos 7 anos quando ingressou no ensino fundamental. Até aí, foram inúmeras queixas de comportamento na escola… Mas foi no fundamental que a coisa se complicou: ele foi para uma escola pública com 31 alunos, com a professora me escrevendo todo dia que ele não fazia as tarefas. Ele foi para o reforço. Tinha que copiar da lousa e ele não conseguia focar, dispersava e incomodava. Fui conversar com a orientadora e ela não me deu esperança. Minha atitude se deu quando ele chorou e assumiu não conseguir fazer as coisas como os outros, me perguntou porque não era como os outros. Isso dói demais numa mãe. Voltei na neurologista e ela receitou medicação especifica para TDAH antes de ir para a escola. Fui procurar dentre tantas escolas, uma que atendesse às necessidades do meu filho. Não foi difícil escolher. Encontrei um \”anjo\”, a professora Bernadete, filha da minha madrinha e prima do meu pai numa escola pequena, com número reduzido de alunos e experiente em inclusão. Nesse ambiente, meu filho superou muuuitas dificuldades. Teve e tem um acompanhamento individualizado. Peregrinei em vários consultórios médicos para acertar a dose da medicação. Com a medicação de longa duração ele teve melhor desempenho, então pego de graça na farmácia de alto custo. Chegou a faltar medicamento e tive que ir procurar a promotoria do menor para que regularizasse o fornecimento. Hoje ele está no sexto ano, sendo que não repetiu nenhuma vez. Acompanho ele bem de perto, sigo as orientações da psicóloga que o atende até hoje. Meu atual marido não consegue entender toda essa situação de ter que explicar, ele esquecer, se distrair, perder as coisas. É bem difícil para mim. Mas o importante é que ele teve chance de descobrir o quanto pode. Ele adora música,toca teclado muito bem! Mas sei que tudo que vivemos vale à pena, porque meu filho melhorou bastante com o tratamento. Sugiro que não desistam, por mais difícil que pareça. Temos um diamante na nossa vida que precisa ser lapidado… Muita força para todos!!!