– Mamãe!!! Você saiu da mesa e me deixou falando sozinha. – Mamãe, e aí, qual é o final da história que você estava contando e de repente mudou de assunto? – Mamãe, por que você está me encarando? – Mamãe… – Mamãe… Diante dessas constantes observações de meus filhos fui procurar um neurologista, que me mandou ao psicólogo, que me mandou ao psiquiatra. E veio o diagnóstico: TDAH. TDAH? Eu não sabia o que era mas percebi se tratar de uma doença. Chorei e chorei. Pela doença e pelo alívio de haver uma razão para os problemas enfrentados por toda a minha existência. Lembro-me perfeitamente do primeiro dia em que tomei o medicamento receitado pelo médico. Foi um dia feliz e inesquecível, pois senti que a partir daquele momento a minha vida mudaria. E mudou. Foi o divisor de águas. É claro que há muito que melhorar; afinal, foi uma vida inteira de distração. Mas hoje tudo é diferente porque a esperança está de mãos dadas comigo e tenho a certeza que estou pronta para enfrentar os desafios que o TDAH me apresenta dia após dia. Para tanto, é necessária a ajuda de profissionais comprometidos e de pessoas bem intencionadas, como aquelas que compõem o quadro da ABDA, cuja seriedade e competência despontam a luz no fim do tunel para os portadores que caminham pela estrada da incompreensão de uma sociedade que fecha os olhos para o inegável transtorno. Marcia São Paulo / SP