Sou a segunda filha de uma prole de oito (vivos), meus pais tinham o péssimo hábito de fazer comparações entre os irmãos, minha irmã mais velha sempre foi muito inteligente, vaidosa, caprichosa… Eu sempre preguiçosa, desleixada, etc. Aos quatro anos de idade tive uma convulsão e segundo minha mãe, fui diagnosticada com disrritmia (não tenho exames antigos). Tomei um medicamento chamado comital L até os doze anos de idade e lembro que sentia muito sono. Tive muita dificuldade de aprendizagem, não só nas séries iniciais, mas também no ensino médio, perdendo três anos de estudo por não acompanhar o ensino. Aos trinta e sete anos entrei no curso de pedagogia e fiquei feliz ao relembrar de um professor da 3ª e 4ª série que me estimulava e dizia pra minha mãe ter paciencia porque eu \”chegaria lá\”. Fiz especialização em educação especial DI e então comecei a me identificar com TDAH, dislexia, e as vezes até com casos mais complexos de deficiencia intelectual, hoje aos 48 anos, trabalho em sala de recursos DI (escola publica estadual). Nunca fui diagnosticada, mas luto com a dificuldade de concentração e memorização. Mas a minha maior dificuldade está em fazer os professores da sala regular entenderem que dislexia e TDAH não são deficiencia intelectual. Na vida pessoal tive muitas dificuldades, pois além da desatenção, ainda sou \”ligada no 220\”, não sou capaz de relaxar, sentar e assistir um filme, levanto várias vezes e as me disperso até quando quero apenas ouvir a previsão do tempo, ouço, porém não escuto.. Madalena – Santo André.