Acredito que minha história não seja muito diferente das demais, pois só quem tem um filho(a) TDAH sabe do mundo preconceituoso e despreparado que nos cerca, principalmente na questão da educação. Uma das coisas que mais me marcou nesses 14 anos de vida do Gabriel foi uma vez que o encontrei chorando em seu quarto, quieto, no escuro, com medo de ser descoberto, de ser exposto em sua fragilidade….aquilo deu um nó em meu coração. Quis morrer ao vê-lo daquele jeito e pior foi quando ele me abraçou e me pediu ajuda…como dói ouvir um filho suplicando ajuda…ele me disse que queria ser diferente, que queria ser "normal", que ele não conseguia se conter, se controlar, que acabava estragando tudo e que ninguém gostava dele….me disse aos prantos que nunca teve amigos porque as pessoas não conseguiam suportá-lo nem entendê-lo….Deus…isso foi um marco dolorido na minha alma. É por essas e outras que eu NUNCA vou desistir dessa luta, pois meu filho vale a pena e por ele JAMAIS terei preguiça, entregarei os pontos ou me acomodarei em apenas choramingar…lutarei até o último de meus dias por mais políticas públicas, maiores informações, maior comprometimento e acolhimento nas escolas e na sociedade. Pelo Gabriel eu entendi que sem militar de maneira lúcida, transparente e ININTERRUPTA, eu não conseguiria nada. E não penso apenas nele. Existem mil gabriéis nesse país que precisam de pais mais atuantes e guerreiros, que se juntem a nós sem medo e sem reservas. Esse direito ninguém me tira. O direito de lutar pela qualidade de vida de meu filho. Não existe médico de araque, profissionais incompetentes e artigos sem valor que vá me provar o contrário: meu filho é TDAH e não tenho vergonha disso. Teria de mim, se não fizesse nada….