Sou homem, tenho 50 anos, e resolvi separar por assuntos os relatos do meu TDAH. AMORES: Passei por três casamentos e recebi a mesma reclamação de todas as esposas e namoradas: falta de atenção no sexo e muito sexo. Acredito que isso se deva a falta de foco e ao hiperfoco, sem que haja meio termo. Sempre foi eu quem terminou as relações, “libertando-as” do sofrimento e me safando de mudar uma coisa que não posso mudar. DROGAS: Fiz uso de maconha na adolescência e abandonei por que a usava mais para dormir que qualquer outra coisa. Também tive um bar e aprendi a beber muito, mas larguei quando me dei conta. O cigarro, que consumo até hoje, é o vício mais temido por mim, pois além dos “benefícios químicos”, trás o apoio emocional à insegurança diária. ESTUDOS: O melhor ainda é fazer os cursos rápidos. Cursos que demoram poucos dias e com poucas horas por dia, são mais objetivos e diretos, o que facilita a permanência nestes e o aprendizado. Já na escola, aprendi tardiamente como estudar à minha maneira. Nunca consegui sentar e ler um texto ou mesmo um tema de casa. Mas aprendi a copiar tudo que era dado na aula (tudo o que conseguia) e, cinco minutos antes da prova, reler para que o raciocínio tomasse o rumo certo. AMIZADES: Não as tenho. Conhecidos aos montes e amizades nenhuma. A falta de compreensão dos acontecimentos corriqueiros (leia-se desentendimentos) me fez afastar dos amigos que não me entendiam, que não compreendiam o meu modo impulsivo e desligado de agir. DESCOBERTA: Descobri por causa do filho que tenho TDAH e chorei nesse dia… não por ele, mas por mim, que compreendi que não sou louco, mas uma pessoa com um distúrbio químico “normal”. Entenderam? Não sou louco! CONSEQUÊNCIAS: Insegurança…. em quase tudo. Não confiar… não confiar nos amigos, não confiar nos parentes, não confiar nos próprios pais que não acreditam na sua capacidade de executar algo.