A minha experiência em relação ao déficit de atenção com hiperatividade foi durante o período de graduação do curso de psicologia que conclui em 2003. Mas até então foi vivenciada através das outras pessoas pelas quais pesquisei durante o curso. Porém em 08/09/2008 descobri que meu filho era portador deste transtorno e foi muito difícil enquanto mãe reconhecer este fato. Fui chamada várias vezes na escola em relação ao comportamento inquieto dele durante as aulas; quantas garrafas de sucos eu comprei, porque ele perdia ou deixava na escola; quantos lápis, borrachas, estojos escolares, cardernos, livros foram perdidos ou rasgados durante o ano letivo. Enfim, todas as situações descritas acima, não foram suficientes para que eu reconhecesse o problema do meu filho. Então, a partir do diagnóstico de um neuropsicólogo; eu comecei a entender tudo. Mas apesar deste reconhecimento, a grande dificuldade era explicar o TDAH para os familiares e o pai dele. Não é uma doença que faz um exame e sai a conclusão ou um laudo informando o transtorno. E o mais difícil para mim, foi ouvir de uma psicopedagoga que o meu filho tinha um Q.I = 98 e que através dos testes que tinha realizado, ele não era portador de TDAH. Então, pensei: em quem eu acredito? A partir deste fato, realizei um curso de capacitação em TDAH via internet promovido pela Faculdade de Medicina do ABC; e decidi procurar um neurologista e pedir ajuda. Sendo assim, ele iniciou o tratamento com Metilfenidato e obtivemos excelentes resultados. Atualmente, ele permanece no tratamento; os familiares perceberam a realidade e me apoiaram, mas acredito que ainda há muito que enfrentar, informar e esclarecer frente ao TDAH. O desenvolvimento de políticas públicas frente a este transtorno precisa ser real como a experiência que eu e meu filho vivenciamos. Eu quis pecar por excesso e não por falta. Edjane Bittencourt Mãe de um portador de TDAH Maceió-AL