Contarei um pouco da minha história como um portador de TDAH, incluindo os momentos em que perco o foco [entre colchetes]. Desde pequeno sempre fui muito \’extremo\’. Ou extremamente quieto, ou extremamente agitado. Muitas vezes eu era o assunto dos professores, assim como muitas outras vezes nem parecia que estava na festa, sala de aula, etc. [Pausa para atender o telefone] Conforme fui crescendo….o desinteresse foi aumentando. Mas como não iria aumentar? Não tinha vontade de aprender as coisas \’chatas\’ da escola porque simplesmente não conseguia manter os \’\’malditos\’\’ 5 minutos de atenção! Era a formiga que passava, o carro que buzinava, as meninas cochichando sobre algum astro pop, ou coisas do gênero…tudo tirava a minha atenção. Quando o assunto me interessava MUITO, ou que eu tinha facilidade (matemática, por exemplo), conseguia prestar ALGUMA atenção…mas simplesmente não fixava a matéria na cabeça. Com isso, cada vez mais me afastava da aula. Sentava no fundo da sala, conversava, desenhava (mal, mas fazia), fazia letras de músicas, qualquer coisa….menos prestar atenção na aula. [Checo meus e-mails….droga, ainda não chegou aquela resposta!!!] Meus pais eram frequentemente chamados pela Direção, e o resultado era sempre o mesmo: \’\’Olha, o seu filho é um menino muito bom, não nos cria problema de comportamento, e é muito inteligente…mas vive \’fora da Terra\’, quase sempre avoado, e não presta atenção na aula….\’\’ [Ideia de mudar o início do texto e contar as vezes em que perco o foco…como agora, por exemplo] Durante anos esse foi o script da minha vida. Até que aos 17 anos (se me lembro bem…) uma das Coordenadoras da escola levantou a hipótese: \’\’Me parece que o seu filho pode ter déficit de atenção…a senhora já ouviu falar? Um médico, talvez um psiquiatra, pode ajudá-la\’\’ [pausa para ouvir o que estão falando do meu lado…] Pronto! Foi o suficiente para a minha mãe sair \’\’desesperada\’\’ atrás de informação. Internet, livros, recomendações, TUDO! Procuramos de tudo! Não vou negar que ficamos aflitos (o que é esse déficit de atenção? DDA? que isso? meu filho é retardado?!), mas, de certa forma, foi um alívio. Sabíamos o que eu tinha, assim como \’atacar\’. É muito mais fácil atacar um \’conhecido\’ do que um \’desconhecido\’. [Cara…o Brasil ganhou de 4×0 do Japão e eu nem sabia?! Quero ver os gols!] Depois de muita busca, encontramos o site da ABDA, o antigo. Simples, mas extremamente informativo. Buscamos um de seus cadastrados, um neurologista. Nos deu uma explicação do que seria o tal \’\’DDA\’\’ (que depois virou TDAH, mas é só nomenclatura) [15:43 ainda…quero ir pra casa!] e nos recomendou a leitura de um livro, um tal de \’No Mundo da Lua\’, escrito por um tal de \’Paulo Mattos\’. Quando a minha mãe leu o livro, e me disse \’\’Leia…acho que copiaram a sua história\’\’, fiquei confuso. E fui ler o livro…sim, era a minha história! Daí veio o pensamento: \’\’Então existem outras pessoas como eu…não sou nenhum retardado!!!\’\’ [Fui checar os meus e-mails novamente….CHEGOU A RESPOSTA!!!!] Depois que você estudo sobre o assunto, busca novas informações e aprende a lidar com isso, fica tudo mais fácil. Faço tratamento com remédio (nada de comercial aqui!) e ele tem me ajudado MUITO a enfrentar o que o meu \’alter ego\'[conversa sobre o novo telefone que saiu…bom mesmo!] não me deixa fazer. A luta é difícil, mas eu ganho. Não é o fim do mundo ser TDAH, e com muita paciência, amor, paixão e dedicação, conseguimos!!! Felipe, um TDAH incorrigível! OBS A propósito….melhor voltar a trabalhar antes que meu chefe perceba!!!