Em 1999 ganhei o melhor presente que uma mulher pode ganhar, nasceu meu filho, Marcos Vinícius.
Lindo, perfeito, muito inteligente todos o admirava pronunciava todas corretamente, conjugava os verbos perfeitamente desde as primeiras frases que falou.
Ele se irritava, meio ansioso, irritava-se facilmente os familiares ,sempre falava que tinha o gênio do pai. 
Eu, não gostava desta afirmação mas achava que podia realmente ser isso. Marcos sempre foi meu orgulho! Mas, no primeiro ano escolar escolar já notei que tinha algo errado, ele se recusava fazer as lições.
Mudei ele de escola duas vezes para ver se isso mudava e nada. E a situação apenas piorava porque ele tinha muita dificuldade de socialização.
não interagia com ninguém, nem professor, nem colegas, e não fazia as tarefas. Em casa era a mesma coisa, não tinha que fizesse ele fazer as tarefas.Falei em levá-lo a um psicólogo mas, me esbarrei na ignorância do pai dele que aceitou dizendo que o Marcos não era doido.
Os professores diziam sempre a mesma coisa: ele é inteligente mas não faz nada na sala. Quando ele estava no 3º ano,eu me separei do pai dele, coloquei-o na escola que eu trabalhava. Lá a professora encaminhou-o para a equipe de apoio a aprendizagem,a equipe me indicou um psicólogo que fez alguns testes e constatou que suas habilidades eram muito acima da média. 
Ele iniciou terapia, fazia psicodrama. Melhorou um pouco só no aspecto social, mas as vezes se irritava muito dentro da sala que deixava a professora assustada. Fisicamente nunca agrediu ninguém, mas não suportava barulho, multidão, esperar.
Brigava até com a televisão! Com a constatação das altas habilidades ele pode ser atendido por uma equipe especializada.Fazia o que lhe realmente interessava que era na área de eletrônica e robótica… a professora de lá reconhecia seu potencial mas via que ele não conseguia se concentrar, então me orientou a levá-lo a uma neurologista, e lá fui eu! 
Com muito custo consegui realizar todos os exames, levei-o a uma neuropsicóloga. Bom,no final o diagnóstico: TDAH passou medicação, mais ,psicopedagogo, mais psicólogo… a medicação tirou sono, aumentou a ansiedade,a irritabilidade, e o que é pior não melhorou a concentração. Continuei dando o por um metilfenidato tempo porém, não via nenhum efeito positivo. Então, mudei de psicólogo, e ele agora já estava dando cada crise dentro da sala que me deixava muito preocupada, dizia que queria morrer, que ia pular de prédio para não ter que ir para a escola, batia a cabeça na parede da sala de aula com força… o psicólogo me orientou para levá-lo a um psiquiatra que disse que iria tentar com ele uma terapia com carbamazepina para ver se melhorava a ansiedade e as crises nervosas. Confesso que essas crises nervosas, até que melhoraram, mas continuava sem fazer nada na escola. Resolvi então, levá-lo a uma outra neurologista.
Contei a ela toda a história, e ela pediu uma gama de questionários e exames, inclusive uns que ele nunca havia feito. Providenciei o mais rápido possível tudo. Retornei nela e, mais uma vez o resultado: TDAH desta vez com ansiedade. 
Fiquei pensando:”se esta mulher passar remédio para TDAH eu não vou dar para ele.” Então ela me explicou que em alguns pacientes o não metilfenidato resolvia.Porém, um remédio novo no Brasil daria mais certo que é caro talvez por ser novo no mercado.
Já estávamos no Terceiro bimestre e o Marcos não tinha nota nenhuma, orei para que aquele remédio desse certo.
Já não sabia o que fazer se aquele remédio não desse certo, tinha feito todos os testes, ele não tinha dislexia, não tinha DPAC.
Na primeira semana ele já começou a escrever, sob minha orientação e a do psicólogo, começou a se organizar, fazer trabalhos e atividades de sala e de casa,a neurologista tinha me orientado a não contar do remédio para os professores sobre o remédio no primeiro mês, esperávamos que eles comentasse algumas mudanças dele.
Na primeira semana, vieram quatro professores falar que ele estava fazendo as atividades, se mostra mais interessado.
Ouvindo os relatos positivos do Marcos a equipe propôs aos professores fazer com ele uma recuperação paralela. E fizeram, ele saiu muito bem, no quarto bimestre tirou as melhores notas da sala. Passou de ano e foi muito elogiado pelos avanços graças a Deus. 
Ainda preciso ajudá-lo a adquirir rotinas o que para ele ainda é um desafio. Mas, hoje ele tem a auto-estima mais elevada, está mais confiante e calmo. Eu sei que a minha insistência me ajudou a ajudar meu filho que tanto sofreu com esse problema que desencadeia muitos outros.
Fico pensando, como as crianças de baixa renda pode chegar a um diagnóstico destes, se para o meu filho que tem convenio médico foi tão difícil, e o que será destas crianças sem diagnostico e os tratamentos adequado? 
Será que os nossos nobres parlamentares serão capazes de entender a importância disto? 
Eu espero, de coração que sim!