Eu poderia escrever um livro aqui,tenho mãe hiperativa,eu sou hiperativa, e tenho 02 filhos com TDHA.Vou relatar o depoimento sobre o meu filho mais velho.Fui orientada a levá-lo ao neuropediatra na fase pré-escolar, por uma pedagoga muito competente, que percebeu o problema e me orientou.Hoje ele tem 12 anos, mas nestes anos escolares,mesmo em escolas numerosas sempre fui conhecida por todos,professores,secretarios,diretores,pedagogos,pois claro, eu sempre fui chamada pelos constantes comportamentos de brigas e agitação.Ele toma medicação e quando faz o uso contínuo, tem notas só acima de 9,0,mas sem medicação tira notas baixas por desatenção. Acho importante relatar que por ignorância,algumas vezes suspendi o remédio sem autorização médica, achando q com esportes ele iria se curar.Não façam o q fiz,o esporte é apenas complemento para o tratamento,pois meninos com TDAH parecem ser ligados a 220v 24hrs por dia. Somente tomei consciência, e amadurecimento de levar esse transtorno a sério quando meu filho com 7 anos caiu de cima do telhado de casa, levando até a fase adulta consequências físicas do acidente. Conversei com uma amiga psicóloga, ela me disse:Déia, cuide, porque quando ele melhorar vai subir lá de novo prá provar que não tem medo.De fato, ele o fez. O hiperativo desafia a vida, gosta de esportes radicais,velocidade e barulho.Sou uma mãe separada, presente e solitária,porque ninguém quer ficar com crianças assim nas férias, nem como babá,ou namorado de mãe de hiperativo.Vivemos um dia exaustivo, porque quando estamos à noite querendo assistir um jornal,lá está ele, balançando as pernas, virando cambalhota no sofá.Há muito pouco recursos na sociedade sobre esse tema, e ainda muito preconceito, todos olham e pensam que não educamos nossos filhos.Na escola tive a sorte de lidar com bons professores porque eles sempre estudaram em escolas particulares,com bons pedagogos, e também faço tratamentos através de planos de convênio ou particulares. Conheço crianças de projetos carentes que tem o problema e a mãe(geralmente separada)sofre porque não tem condições de arcar com tais despesas.Esse é o 1º site que encontrei em que pais podem participar e dividir seus sofrimentos, isso é muito importante, porque somente quem vive esse cotidiano pode nos compreender.