Tenho 43 anos e três filhos, o meu filho do meio,hoje com 16 anos, foi diagnosticado com TDAH na adolescência. Ele desenvolveu melhor o “motor” do que o “psíquico”, andou com 10 meses e demorou muito a falar (3 anos), chegamos a achar que ele era autista. Ele sempre foi muito agitado e não parava quieto, era “desastrado”, derrubava suco todos os dias na mesa, se machucava, caia demasiadamente, muito distraído, tropeçava em tudo. Com 3 anos, fiz exames motivada pela falta da fala, ele usava o dedo para apontar o que queria. Levei várias vezes ao longo destes anos ao ortopedista,otorrino e oftalmo, mas ele era normal. Levei-o a fonoaudióloga, pois o problema na fala era o que mais me preocupava, o tratamento foi feito dos 3 ao 7 anos, e ele parou justamente quando se observa se a criança tem o transtorno. Meu filho não conseguia prestar atenção, ficar parado ou sentado por muito tempo seja em qualquer circunstância. A alfabetização foi complicada e exigiu perseverança, minha e das professoras. Sempre estive perto da educação e aprendizagem dos meus filhos, mas nunca ninguém me apresentou a possibilidade do deficit, mas era visível que ele não era como os outros. Agora na adolescência quando se exigiu mais a concentração nos estudos comecei a observa-lo de forma diferenciada e já tinha ouvido falar do TDAH. Ele voltou para a fonoaudióloga e começamos a investigar. Foi quando os exames e avaliações neurológicas diagnosticaram meu filho. Todo o relato de vida dele pela família e escola estava dentro das características das crianças com TDAH. Hoje ele continua o tratamento psicopedagógico e fonoaudiólogo, como também com o neurologista para o tratamento medicamentoso. Tudo é muito sacrificante, pois é muito caro, a começar do medicamento. Prefiro abrir mão de várias coisas na minha vida, mas jamais desistir de dar o tratamento que meu filho precisa e merece.