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Preparamos algumas matérias sobre a prática de esportes e o TDAH.
Hoje vamos falar sobre atividades que envolvem, ou podem envolver algum tipo de risco.

ATIVIDADES DE RISCO NO TDAHxcv

Estudos no mundo inteiro mostram que pessoas com TDAH são mais sujeitas a se machucar do que as pessoas sem TDAH pareadas. A desatenção aliada à impulsividade expõe estes sujeitos a um maior risco de se acidentar, como também causar acidentes e ferir os outros involuntariamente, em todos os âmbitos de suas vidas.

Em geral recomenda-se redobrar o cuidado com crianças e jovens com TDAH que pratiquem esportes de contato (futebol, basquete, hóquei), onde o risco de acidentes se estende aos colegas de equipe. Da mesma forma, esportes e atividades que envolvam manuseio de objetos (ciclismo, esgrima, arquearia, iatismo, trampolim).

No entanto, a duplicação do risco, não torna essas pessoas inaptas a tais práticas, assim, é preciso encarar esta questão como um desafio a ser vencido, com consciência e responsabilidade.

 

O QUE PODEMOS FAZER PARA MINIMIZAR OS RISCOS E EVITAR ACIDENTES, SEM NEGAR A ESTAS CRIANÇAS O DIREITO DE PRATICAR TAIS ATIVIDADES?

Como em qualquer coisa na vida, onde há maior ameaça, é onde reforçamos a segurança.

Estudos também mostram que, dentre as crianças e jovens com TDAH que sofrem acidentes, aqueles que estão medicados, se comparados aos não medicados, se acidentam menos e seus acidentes são de menor gravidade.

Para minimizar os riscos, devemos traçar um plano estratégico de segurança. Este plano, porém, deve ter como ponto de partida, algumas informações básicas:

 

  • Está em terapia ou algum tipo de apoio psicológico profissional?
  • Qual grau de psicoeducação (compreensão sobre o transtorno) a criança e a família têm acerca do transtorno e do funcionamento da criança?
  • Tem alguma comorbidade, além do TDAH?
  • Histórico de acidentes – quantas vezes e com que frequência já se acidentou ou machucou involuntariamente alguém e em quais contextos (escolar, na rua, brincando, esportes)?
  • Histórico de relacionamento – quantas vezes e com que frequência se envolveu em brigas, agrediu colegas, quebrou coisas, e em quais contextos?
  • Entenda o contexto social e familiar onde a criança vive. Coisas como: se ela dorme pouco e mal, se sofre maus tratos, se sofre bulling, etc.

As estratégias serão as mesmas para qualquer dos casos, no entanto, a intensidade, a duração e extensão dos cuidados, sofrerá variação de acordo com o perfil de cada um.

 

O preparo para a atividade

O primeiro passo está no básico: Ensinar. Tenha em mente que a criança com TDAH tem que sair de uma fase e passar para a fase seguinte, apenas se tiver aproveitamento de 100%. Não passe para a próxima fase com ela, antes disso. Isso pode exigir, mais tempo do professor, aulas de reforço, e criatividade para encontrar linguagens que o entretenham. Lembre-se a criança com TDAH não é ‘burra’, ela não tem problemas de aprendizagem (exceto se tiver comorbidades), mas a incapacidade de sustentar atenção, faz com que ela perca partes da explicação, e obviamente, demore mais para aprender, pois necessita que várias partes sejam repetidas.

 

O ambiente

  • Crianças com TDAH estão mais sujeitas a se acidentar ou machucar um colega, involuntariamente. Os professores, coordenadores e todas as pessoas que trabalham na instituição devem lembrar-se, que isto é uma indicação geral, e não está sujeita apenas às práticas de risco específicas de determinadas atividades ou esportes, mas ao contrário se estende a todo o ambiente onde a criança possa circular. Sendo assim, deve-se pensar na segurança como um todo dentro do ambiente. Ex.: Não deixar produtos tóxicos ou de limpeza em locais de circulação; Não deixar ferramentas, objetos cortantes, perfurantes, material inflamável em locais de circulação e sem supervisão. Evitar que essas crianças brinquem próximo a locais vulneráveis, como correr em volta da piscina, subir em árvores ou postes, andar de bicicleta ou skate em locais de circulação de muita gente, ou circulação de carros ou lugares com pouco espaço. Salientamos que a criança NÃO vai atear fogo em alguma coisa, furar um colega, ingerir cloro, só porque ela tem TDAH! As precauções aqui sugeridas, são precauções necessárias a qualquer ambiente onde qualquer criança com ou sem TDAH circule. A diferença é que, por serem muito mais distraídas e impulsivas, têm uma chance muito maior de, por exemplo, ingerir cloro acidentalmente se uma garrafa de cloro estiver em cima de uma pia ou próxima a um copo.
  • Mantenha o ambiente livre de barulhos, ou qualquer coisa que cause distração; Mantenha a criança longe de janelas e das portas abertas; Não permita celulares, ou aparelhos eletrônicos, a menos que estes façam parte da aula.
  • Exija o uso de equipamentos de segurança.
  • Faça a criança repetir verbalmente todos os procedimentos e regras, antes do início dos treinos.
  • Verifique se a criança dormiu bem e o suficiente (estudos comprovam que a privação de sono piora severamente a capacidade de atenção e concentração, em qualquer pessoa, e obviamente em especial em quem tem TDAH).
  • Avalie o nível de excitação e ansiedade. Se verificar que há níveis de ansiedade e excitação elevados, primeiro acalme a criança.
  • Verifique se ela está insegura e descubra o motivo. Converse com ela e use argumentos que a possam faze-la sentir-se melhor, porém, não a deixe sozinha neste caso.
  • Se a prática for em dupla ou trio (grupo pequeno) certifique-se de não deixar dois TDAHs no mesmo grupo.
  • Se a prática for em dupla ou trio, certifique-se de não deixar a criança com TDAH junto de alguém com quem tenha histórico prévio de animosidade, ou com alguém que tenha perfil debochado, impaciente, inseguro e ou que faça bullying.
  • Se a prática for em dupla ou em trio, procure juntar a criança com TDAH a alguém que passe confiança e segurança para ela.