Tenho 33 anos e dois filhos, um de 14 Daniel e outro de 9 Lincoln.
Meu filho Daniel foi diagnosticado TDHA perto dos 4 anos de idade embora naquela época eu ja fosse professora de série iniciais, jamais havia ouvido falar sobre o assunto de alguma maneira menos pejorativa.
Ao ouvir a palavra TDAH dita pelo neuropediatra dele (excelente profissional e ser humano)o que de imediato veio em minha mente foi a pergunta:O que eu fiz pra isso acontecer?
No início tentei fugir da realidade agora conhecida acerca do pq meu filho desde bebezinho era tão diferente dos demais e tão complicado de conviver.
Desde muito cedo encontrei muitas dificuldades em entender e saber realmente como agir com meu filho,essas dificuldades me torturavam muito, horas achava que a culpa por ele ser tão diferente das demais crianças que eu conhecia era o fato de eu após engravidar de meu namorado cujo relacionamento teve pouco mais de 2 anos, acabamos por em virtude de nossa gravidez indejada auxiliada pelas pressões familiares, terminar nosso namoro e a partir deste rompimento nossas relações ficaram bastante complicadas,mesmo sendo elas relacionadas a vida que ambos haviamos colocado neste mundo.
Tentei usar este fato como o motivo de toda a dificuldade que enfrentava em relação de conviver com meu filho.
Morava com meus Avós (pessoas incriveis e fundamentais em todos os momentos de minha nova vida)aos poucos eles foram fazendo eu tirar a venda do preconceito que aquela palavra Transtorno deficit de anteção e hiperatividade havia me bloqueado em ouvi-la
.Decidi encarar nossa realidade e fui em busca de ajuda, o contato constante com o neuro 
foi algo que hoje entendo o meu maior aliado pra vencer de uma vez e para sempre meu preconceito em virtude a minha total ignorancia sobre TDAH.
Defendo que ter total confiança no profissional escolhido é de suma importancia aos pais.Iniciei também meus estudos sobre o assunto, que diferente de hoje com a facilidade que a ferramente do uso da internet possibilita em busca de material não foi algo muito fácil.
Aos 6 anos decidimos pelo uso da medicação (que continua ate os dias atuais)naquela época o resultado obtido não foi tão animador mas mesmo assim resolvi continuar medicando e aos 7 iniciou acompanhamento psicologico (este que antes era esporadico) semanal.
Temos hoje inumeras lembranças de momentos digamos que não tão bons,mas que felizmente ao falarmos sobre eles conseguimos hoje dar umas boas risadas.
O Deficit de Atenção do Daniel é algo impressionante, ainda criança tinha dificuldade de conseguir sair do banheiro com as calças(inclusive na escola)qualquer tarefa por mais simples que fosse raramente era terminada
Na vida escolar teve uma reprovação na 2°série e grande dificuldade em acompanhar a turma por muitos anos.Era um criança feliz mais bastante sozinha, os colegas ate tentavam ficar proximos mais logo acabavam por se afastar.
Procurei sempre ao maximo de acordo com a idade do Danny conversar sobre o assunto na esperança de que esta atitude era de alguma maneira entendida por ele.Frequentou por vários anos o que aqui em nossa região é chamado de Sala de Recursos e ainda aulas particulares faziam parte de sua rotina.
Quando aprendeu a ler nossa geladeira era quase que a rotina de nosso dia em bilhetes curtos e objetivos,isto nos ajudou bastante.
Sabemos que ainda teremos muitos obstaculos pela frente mas temos a certeza absoluta que por pior ou mais difil que seja iremos sempre encontrar alguma alternativa e mesmo que se não para vencer de imediato somos convictos que sempre ao menos iremos amenizar o que venha incomodar.
Amo meu filho que é diferente sim, mas nunca inferior em relação ou comparação(que inevitavelmente sempre acontece)aos demais seres Humanos.
Tivemos muita sorte de nestes anos nos deparar com poucas pessoas e profissionais que não foram capazes de ve-lo como uma outra criança e atualmente adolescente que apenas tem uma maneira diferente da maioria.