A minha História com o TDAH, iniciou-se com o meu filho mais velho.
Quando ele estava na Educação infantil , mais precisamente no antigo “Pré”que nos dias atuais seria o 1ºano, comecei a notar algumas dificuldades nas tarefas de casa, onde ele se cansava muito para realizá-las, mostrando-se com algumas dificuldades específicas, como ao segurar os lápis e ao concentrar-se nas atividades propostas.
A situação foi tensa,pois,neste ano a escola passou por um processo de troca de material, era Montessoriana e simplismente passou a adotar material próprio com base tradicional.Diante destas mudanças analisei a dificuldade dele com esta transição, já que”Ele sempre foi um garoto muito inteligente e com um desenvolvimento intelectual muito acima do esperado”(Mesmo eu sendo professora , eu compartilhava deste pensamento, não querendo pensar em outras questões até mesmo por falta de informações.
Estavamos em 2002, esse assunto não era nada divulgado.Enfim passou o primeiro semestre e aí fui convidada para uma reunião com a coordenadora da escola e com a professora, começamos a conversar e elas me disseram que ele era extremamente desatento, sem reações e tinha muita dificuldade ao segurar os lápis e isso era motivo de preocupação,pois se eu não acelerasse em busca de ajuda como ele acompanharia o 1ºano. 
Naquele momento me senti a pior mãe do mundo, pensei mil coisas em um segundo,fiquei sem reação, tentei buscar forças para não chorar mais foi inevitável, então respirei e pedi forças à Deus internamente e comecei a formular perguntas relacionadas a troca de material,a como ele era estimulado e porque me avisaram apenas no 2ºsemestre.Percebi que não conseguiram responder a nenhuma de minhas questões com coerência, mesmo porque eles conheciam meu filho desde o maternal.Observei toda aquela situação,e perguntei qual seria o melhor caminho a seguir,então logo me deram um cartão de uma Psicomotricista.
Na mesma semana eu já entrei em contato e marcamos uma entrevista.
O problema é que o meu marido não aceitava ,pois, o filho dele era muito inteligente, a solução melhor seria trocá-lo de escola.
Foi um sufoco para convencê-lo, abalou o nosso casamento mas, enfim traçamos uma meta.O meu filho fez acompanhamento com a psicomotricista, não notamos nenhuma alteração,mas insistimos.Comecei a estudar as dificuldades, conversei com algumas mães,estimulei ele ao máximo, chorei muitas vezes quando eu via sua tristeza nas tarefas,até que um dia em meu trabalho conversando com minha coordenadora ela relatou que sua filha era acompanhada por um Neurologista pediatrico,onde sugeriu que eu levasse o meu filho até essse profissional,porque ela dizia que havia aprendido que antes de qualquer tratamento o médico teria que direcionar
.Então fui e adorei, ele compreendeu todos os meus medos e minhas frustações, conversei sozinha com ele por duas horas , logo aós ele conheceu o meu filho e o examinou.
Pediu que ele fizesse exames rotineiros,audiometria e o processamento auditivo,com os resultados ele comentou que o meu filho tinha falha do processamento auditivo e encaminhou o meu filho para terapias alternativas como a cabina acústica e aulas de música.
Matriculei o meu filho no teclado e ele fez 20 sessões de cabine com a fono.No ano seguinte troquei ele de escola com a opinião de todos os profissionais envolvidos e foi muito bom pois, a escola mesmo sendo cautelosa ao receber alunos com dificuldades,nos ajudou muito.
Quando ele começou nesta escola ele ainda estava fazendo tratamento, fez aulas de apoio oferecida pela escola, enfim foi um ano de muito esforço,mas começamos a ver pequenas mudanças nas tarefas e no pazer dele em ir para escola,isso nos deixava mais seguros.Percebemos que ele estava evoluindo a cada mês,resolvi fazer uma pós em Psicopedagogia para ajudá-lo melhor e assim ele foi evoluindo com notas boas reconhecimento dos professores, enfim aquela virada.
Não precisamos medicá-lo sempre buscamos alternativas como a musica , esportes, pedir lugares centrais em sala para que ele não se disperssasse.Outra coisa que investimos nele foi com psicologa,ele era muito timido e era excluido pelos amigos.A partir do 5ºano ele começou a participar dos esportes, logo vieram as competiçoes e aí começaram as vitórias e as novas amizades.
Hoje termino escrevendo que ele é formando do 9º ano e conquistou uma bolsa de 100% de estudo, de 1.600 alunos ele foi o 1ª classsificado,sua formatura será no próximo dia 26/01/2013 ele será o orador(será que ele é querido? Considero ele um vencedor e que está só começando a viver…Aconselho a todas as famílias a não desistirem e procurarem sempre ajuda com pessoas especializadas, muitas escolas e profissionais não estão prontos para os nossos filhos ,mas podemos buscar outros caminhos a todo momento.
Essa é a minha história real….