Olá, <br /> Adorei o site e li todas as histórias aqui postadas. Gostei muito de uma idéia lançada de ter um chat para trocar experiências. Sempre que me sinto desanimada procuro ler e pesquisar sobre o assunto para renovar minhas forças. Tenho um filho tem 13 anos que é adotivo, pegamos ele com 4 anos. E já na primeira escola vieram reclamações que ele não acompanhava as atividades em sala de aula. Não levamos a sério, não queríamos forçá-lo a ficar quieto fazendo atividades, alegamos que o mandávamos para a escola para brincar, pois era muito pequeno ainda para ter responsabilidades. Quando chegou na pré-escola trocamos ele de escola, ele não conseguia se alfabetizar com as outras crianças, achei que a professora não sabia ensinar, que usava métodos errados, etc. Alfabetizei em casa, em apenas um dia. Trocamos ele de escola novamente, ele foi para o primeiro ano e fomos chamados para que ele fosse promovido para o 2o ano, pois era muito esperto para ficar naquela turma, estava adiantado demais, não aceitei a troca e quando chegou o mês de outubro a professora me chamou dizendo que ele iria reprovar… não entendi nada, como antes ele era super dotado e de repente retardado? Comecei a frequentar a escola com ele, escondida da direção, os cadernos estavam todos em branco, nenhum trabalho foi concluído, comecei a agir com dureza com ele. Fui realmente cruel cobrando atitudes melhores da parte dele e a coisa só piorava. Ele perdia o material, nunca escrevia nada em sala de aula, eu chorava todo dia, sem entender o que acontecia com ele. Quando eu brigava e exigia ele fazia, ficava bem alguns dias e depois tudo voltava ao normal, ou seja, cadernos em branco, perdas, brincadeiras de mau gosto com amigos. Em casa era um desastre igual, se ele entrava no banheiro e demorava, podia ir atrás que provavelmente ele acabou com o vidro de shampoo, ou esfregou todo o sabonete na parede, sempre sem noção de certo e errado, agindo sem pensar, no impulso.<br /> Meu filho, nunca conseguia manter seus brinquedos por muito tempo, tentamos várias vezes colecionar carrinhos,<br /> figurinhas mas na primeira opostunidade ele distribuia tudo entre os amigos. A vida para mim era frustrante. Achava que era a mãe mais infeliz do mundo, não entendia como as outras mães achavam fácil essa relação da criança com a escola, na minha visão aquilo era impossível, eu fazia de tudo, cobrava, ajudava, era severa na disciplina e nada melhorava. <br /> Comecei a achar que minha vida era um amontoado de dor e sofrimento e que ele era infeliz também, pois não conseguia ver como ele poderia ser feliz assim. Todo mundo pegava no pé dele, ele vivia em recuperação, tentamos colocá-lo no futebol, mas as aulas de recuperação atrapalhavam e acabamos tirando.<br /> No 2o. ano, trocamos ele de escola novamente, levamos a um neuro, ele disse que ele era normal, que isso era coisa de criança. Tratamos com floral pra ajudar na concentração e nada parecia adiantar, levamos a uma psicopedagoga, ela nos deu um laudo enorme de umas 6 páginas alegando que ele era normal e muito inteligente.<br /> Na escola ele ia de mal a pior, eramos chamados por ele não querer fazer nada, ficava muito quieto, sem se mexer e passava a aula toda viajando.<br /> A pedagoga da escola aconselhou a fazer terapia, mas não tínhamos condições financeiras de pagar mais esse tratamento. Optamos em trocar de escola de novo, pois era dinheiro jogado fora a escola particular, mudamos para uma escola pública, então ele começou a ser agredido na escola, pois era paradão demais, chegava em casa machucado, os colegas batiam e se aproveitavam dele. Meu filho começou a ter medo de sair de casa sozinho.<br /> Neste tempo, fomos a um evento num salão comunitário, não tinha outras crianças pra ele brincar, peguei panfletos de propaganda das mesas e fiz aviões de papel pra ele brincar e de repente ele voltou dizendo que tinha perdido os aviões. Me deu um estalo, como ele perdeu algo que ele acompanhava com o olhar? O que ele estava fazendo? Perder carrinhos e brinquedos tudo bem, mas aviões de papel? Me questionei, como ele brincava.<br /> Cheguei em casa e coloquei na busca da internet palavras básicas, meu filho perde tudo, rasga suas roupas, cai muito, não faz as tarefas na escola e etc. Fui escrevendo tudo e saiu TDAH, comecei a pesquisar e quase gritei de alegria, Meu Deus, eu achei a resposta.<br /> Liguei pra minha sobrinha que é psicóloga e perguntei quem tratava TDAH em Floripa, ela me indicou a Dra. Carla. Daí em diante tudo mudou, ele fez testes e exames e foi diagnosticado como TDA desatento e impulsivo. Eu sabia que aquilo não podia ser normal, mas nunca ninguém falou em TDA pra nós, só diziam que ele era preguiçoso, malandro, que o problema era a adoção tardia etc.<br /> Voltamos ele pra escola particular, na primeira semana de aula a pedagoga nos chamou e falou que ele tinha TDA, que devia tomar medicamentos, então assumimos a medicação, a escola passou a controlar seus atos de perto e com reponsabilidade, conseguimos colocar ele na terapia e na natação. Naquele ano ele passou direto.<br /> <br /> Mas, claro que portadores de TDA não tem sempre tão fácil assim finais felizes. Acabamos tendo novamente problemas financeiros sérios, tivemos que trocar a escola de novo, a escola nova era de um método mais alternativo. Aconselharam a tirar a medicação, pois ele estava bem e a medicação parecia não fazer efeito. Tiramos, ele acabou se perdendo em atitudes ruins, passou a nos roubar, brincava com fogo causando prejuizos na casa, se machucou seriamente por 3 vezes. E por fim, reprovou de ano.<br /> Retornamos com ele pra escola antiga, mas ele já estava no ginásio e essa troca de uma professora para várias fez ele se perder novamente, a médica aumentou a dose da medicação, por fim trocou pra uma mais forte.<br /> Este ano tivemos que tirar a medicação novamente por falta de verba, tentamos de tudo pra ganhar a medicação, mas sem sucesso, perdemos o plano de saúde e as consultas com a neuro. Colocamos ele em tratamento com florais e acupuntura, todos sem sucesso. O médico era contra TDA, falou que o problema dele era a adoção, o abandono que ele sofreu.<br /> <br /> Hoje, estamos com uma nova programação, graças a muita ajuda, muita leitura, conseguimos dar uma melhorada nas notas dele. Colocamos novamente na terapia, inscrevemos ele no método kumom e matriculamos numa escolinha de futebol.<br /> <br /> <br /> Quem conhece meu filho, se apaixona por ele, é um doce, amado, educado, prestativo, amigo. Sempre digo que é um excelente filho e um péssimo aluno (rs).<br /> <br /> É uma luta ingrata, cada dia com uma nova situação, os cadernos em branco, tarefas sem cumprir, mata aulas… brigas, choros, são uma constante. Ele mal sabe lidar com suas emoções, só se aproxima de crianças mais novas que ele, se sente deslocado com os da idade dele. É infantil e imaturo, mesmo tendo altura e peso de um adulto.<br /> <br /> Quando me queixo que estou chateada ou triste, ou frustrada, as pessoas não entendem, alegam que ele ainda é criança, que vai melhorar. Não vejo por este lado, quero que ele tenha a maturidade que a idade dele exige. Que ele tenha sonhos e busque realizá-los.<br /> Só gostaria que ele agisse como um menino de 13 anos, não quero um comportamento de adulto, mas também não consigo tolerar que ele aja como se tivesse 4 anos ainda.<br /> <br /> Dia 18 ele voltará pra medicação, estamos com muitas esperanças. E agora cobramos da escola que ela ajude ele ao invés de reclamar, que assumam a responsabilidade que lhes cabe, pois parece que deixam que tudo seja resolvido em casa e lá ele pode ficar sem fazer nada.<br /> <br /> Adorei este site, me deu muita luz e esperanças, não sou a única que choro, que tenho conflitos e desanimo. É muito frustrante lidar com TDA, mas, ainda tenho fé que as coisas vão melhorar, que ele será um dia feliz e realizado. Sempre peço a ele que busque ser admirado e respeitado, esqueça das notas, quero que ele mostre na escola o menino que eu conheço inteligente e vaidoso.<br /> <br /> Muito Obrigada. Se possível gostaria de trocar idéias com outras mães. Paz e luz a todos.