Me chamo Adriana tenho 40 anos e sou O. Educacional em um Escola particular no Rio de Janeiro. Minha vida escolar foi muito difícil. Vivi numa época onde as crianças eram classificas na escola como: inteligentes, agitadas, preguiçosas, burras e burras/preguiçosas. Não se falava em dificulade de aprendizagem, o que se fazia era excluir as crianças que não se "enquadravam". Fono era para quem tinha problema na fala e exames neurológicos/psicólogos eram para os loucos. Digamos que eu fazia parte do grupo das agitadas e preguiçosas. Mas tive uma família, que mesmo escrevendo certo por linhas tortas, não desistiu de mim. Meus pais sentavam junto, me fizeram fazer muita cópia para organizar a letra e a escrita, me colocavam para ler diariamente(mesmo que eu acabasse cochilando nas primeiras páginas). Lembro-me que a 5ªsérie(atual 6º ano)foi um desespero para mim. Mal saía um Professor, já entrava outro e eu tinha que saber o que eles diziam, anotar o que era para ser feito, fazer o que eles mandavam, mas o meu cerebro me levava a olhar o que meus colegas estavam fazendo, levantar para ir ao banheiro(umas 300 vezes)e me coçar(acho que eu tinha uma pulga interna). Claro que não dei conta desta série, mas as palavras dos meus pais foram fundamentais:"TUDO HÁ SEU TEMPO, VOCÊ NÃO PODE É DESISTIR." "NÓS NÃO VAMOS DESISTIR DE VOCÊ." Trouxe isso para minha vida toda. Hoje, tenho a certeza de que minha busca profissional tem muito haver com a minha própria história. Gostaria de deixar registrado aos Pais, daqueles que hoje se encontram na situação em que vivi há muitos anos atrás, que os tratamentos encurtam e ajudam muito estas crianças, porém a participação deles é fundamental, ou melhor, é insubstituível.