Sou professora, Pedagoga e Mestre em Educação.Como educadora, sempre me preocupei em aprofundar meus estudos de maneira que pudesse auxiliar os professores que estivessem sobre minha orientação, principalmente aqueles que se tornam meus alunos nos cursos de pós-graduação quando o assunto é Dificuldades de Aprendizagem. Porque me preocupo com isso? Porque sofri na carne e no coração o preconceito, a discriminação, a indiferença, a falta de boa vontade e amor em auxiliar uma criança com problemas de aprendizagem (meu filho). Quando se é leigo em determinado assunto como eu era com relação às dificuldades de aprendizagem de uma criança, as coisas passam despercebidas e se acredita que a criança é apenas impertinente, sapeca, cheia de vida e energia. Era isso que eu pensava de meu filho até ele ir para a escola.Aí sim, ele se tornou um problema (para a professora): não parava sentado, se distraia com qualquer coisa, só queria brincar, fugia da sala de aula, esquecia das tarefas, não tinha atenção nem concentração, brigava por qualquer coisa (pavio curto), defendia os mais fracos, era atraído por coisas perigosas como escalar janelas, se equilibrar em muros ou goleiras de campo de futebol, trepar no galho mais alto de uma árvore, subir no telhado dos prédios, atear fogo nos cestos de lixo, cortas o fio da televisão conectado na tomada com um alicate de cutícula, destruir os brinquedos para ver como foram construídos sem conseguir remontá-los, não terminar o que começou, não conseguir seguir horários, detestar ordens e autoridades, necessitar de uma maior tempo para realizar qualquer tarefa, muito desorganizado consigo mesmo, desleixado, mas muito amoroso. Estudei muito sobre o TDAH e fiz terapia para poder ajudá-lo. Pedi à escola uma reunião com os professores e expliquei o que ele tinha e como proceder, mas, como dava muito trabalho, nenhum professor me deu ouvidos sendo deixado de lado (ignorado e discriminado). Foi reprovado muitas vezes até que abandonou a escola na 7ª série.Também abandonou o tratamento porque achava que eu e a médica queríamos dopá-lo e tomar conta da sua vida. Mas Deus colocou uma pessoa maravilhosa na vida dele que o mantém mais ou menos calmo com o seu amor: a minha nora. Concluiu o Ensino Fundamental aos trancos e barrancos pelas provas do ENCEEJA. Hoje, com 25 anos, está tentando fazer o ENEM. Nunca mais voltou para a escola. Agora, que está fazendo auto escola está sentindo que precisa retomar o tratamento (por causa da falta de atenção e concentração) e estou bem contente com isso. Finalmente ele vai ter qualidade de vida.