Este artigo faz parte de uma sequência de 4 artigos sobre Depressão e TDAH. Você pode ler na sequência numérica ou pode optar ir direto ao texto que mais interessar:
Parte I – O que é Depressão / Tipos de depressão (clique aqui)
Parte II – Depressão na Infância e Adolescência (clique aqui)
Parte III – Colisão entre o TDAH e Depressão (clique aqui)
Parte IV – Diferenças entre os sintomas de TDAH e Depressão (clique aqui)

 

TDAH + DEPRESSÃO

Estudos apontam que cerca de 30% das pessoas com TDAH tem depressão. Em crianças com TDAH o risco de desenvolver depressão é três vezes maior do que nas crianças sem TDAH.
Uma pesquisa mostrou que, em comparação com crianças que só tem TDAH, as crianças com TDAH e depressão tendem a ser mais ansiosas, acusam maior frequência de transtorno de ansiedade e fobia social, além de maior comprometimento social e escolar.

Co-morbidades: duas ou mais patologias que incidem sobre o mesmo paciente, simultaneamente.

 A depressão como comorbidade, pode ser desenvolvida a partir do transtorno básico, no caso o TDAH, ou desenvolvida paralelamente a este, podendo o paciente ter uma, duas ou mais comorbidades, com graus variados de intensidade. Desta forma, uma pessoa com TDAH e depressão, pode ter desenvolvido a depressão em função dos problemas que o TDAH vem acarretando em sua vida, ou, pode ser que a pessoa tenha as duas patologias de forma congênita e independente uma da outra.

Se a criança desenvolve um quadro depressivo em virtude do TDAH, a mudança no comportamento da criança acaba por ser um sinal facilitador ao diagnóstico; No entanto uma criança com TDAH e depressão congênita, torna-se um desafio maior tanto aos parentes próximos quanto ao profissional médico, porque o comportamento exibido desde muito cedo, acaba por confundir-se com a própria personalidade da criança.

Depressão e TDAH tem sintomas comuns, como problemas de memória, dificuldade em manter-se motivado, dificuldade em finalizar tarefas, problemas de humor.

A colisão do TDAH com a depressão em um mesmo paciente, apesar de comum é bastante comprometedor para o desempenho do indivíduo e de difícil manejo para as pessoas que convivem ao seu redor. Por outro lado, os tratamentos disponíveis tanto para o TDAH quanto para a depressão, separada ou concomitantemente, costumam ter resultados bastante promissores, alterando positivamente o prognóstico após o diagnóstico.

Continuaremos a tratar do assunto TDAH & Depressão no próximo artigo.

 PARTE 2PARTE 4

 

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Referências Bibliográficas

1 – SEGENREICH D., MATTOS P. Bupropion Efficacy in the Treatment of ADHD. A Systematic Review and Critical Analysis of Evidences
2 – ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria
3 – HARRINGTON R. Depressive disorder in childhood and adolescence. New York: John Wiley & Sons; 1993.
4 – DALGALARRONDO P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas; 2000.
5 – PHELAM, T .W. All About Attention Deficit Disorder
6 – APA – American Psychiatric Association

 

 

O reconhecimento e diagnóstico de depressão são mais difíceis na infância e adolescência, principalmente porque crianças e adolescentes tem mais dificuldade em reconhecer e nomear seus sentimentos.